© Nigel Pavitt/Getty Images
            
            
              Revitalizando o uso de
            
            
              incenso e mirra para a
            
            
              subsistência e conservação
            
            
              na Etiópia
            
            
              Um renascimento na produção de gomas e resinas,
            
            
              tais como incenso e mirra, poderia ajudar a conservar
            
            
              as florestas e aumentar a renda em terras áridas
            
            
              empobrecidas da Etiópia.
            
            
              As florestas secas fornecem alimento, combustível,
            
            
              medicamentos, materiais de construção e renda. Elas
            
            
              também restauram a fertilidade do solo e evitam a
            
            
              erosão e a desertificação. Segundo os cientistas do
            
            
              CIFOR, a chave para a conservação dessas florestas
            
            
              é entender o valor das espécies que produzem
            
            
              gomas e resinas que têm sido coletadas, usadas e
            
            
              comercializadas desde a antiguidade.
            
            
              Resinas de óleo-goma são usadas em papéis,
            
            
              cerâmica, cosméticos, sorvetes, cerveja, creme
            
            
              dental e pastilhas para tosse. A demanda global por
            
            
              produtos como goma arábica, incenso e mirra, e
            
            
              gomas opoponax e karaya está crescendo, com as
            
            
              exportações da Etiópia passando de 1.648 toneladas
            
            
              em 1999-2000 para mais de 5.000 toneladas em
            
            
              2009-2010.
            
            
              O cientista do CIFOR Habtemariam Kassa e sua
            
            
              equipe descobriram que o ajuste do atual sistema de
            
            
              classificação de incenso – que leva em conta o teor de
            
            
              óleo essencial a resina – poderia fortalecer o poder de
            
            
              negociação da Etiópia nos mercados globais. Kassa
            
            
              trabalhou com os governos regionais para garantir
            
            
              que as cooperativas de agricultores possam ter
            
            
              melhor acesso às florestas secas e que tenham maior
            
            
              influência na governança da cadeia de mercado.
            
            
              A equipe trabalhou com uma escola de manejo de
            
            
              recursos naturais, a Faculdade de Engenharia Florestal
            
            
              Wondo Genet, para estabelecer um programa de
            
            
              mestrado em manejo de florestas secas. Ela também
            
            
              desenvolveu um manual sobre a produção sustentável
            
            
              de incenso, que o Ministério da Agricultura traduziu
            
            
              para o amárico e que será integrado ao serviço de
            
            
              extensão florestal nacional. Kassa também trabalhou
            
            
              com funcionários do ministério sobre a Lei Nacional de
            
            
              Florestas e suas diretrizes.
            
            
              “Uma vez que os agricultores e os setores público e
            
            
              privado entendam que existem grandes incentivos
            
            
              econômicos para o manejo adequado das florestas,
            
            
              é provável que isto leve a melhores resultados para
            
            
              a subsistência e conservação, um melhor acesso
            
            
              regulado aos recursos e um melhor controle de
            
            
              qualidade no mercado de incenso”, disse Kassa.