© Jason Isley/Getty Images
            
            
              Bionergia, sustentabilidade, e
            
            
              trade-offs
            
            
              O biodiesel tem sido anunciado como uma alternativa verde
            
            
              aos combustíveis fósseis, mas um estudo do CIFOR descobriu
            
            
              que o carbono liberado a partir da conversão de terras para a
            
            
              produção de biocombustíveis pode levar décadas ou até séculos
            
            
              para ser neutralizado, levantando sérias questões sobre sua
            
            
              sustentabilidade.
            
            
              “Realmente importa como você produz biocombustíveis e
            
            
              em que terra os cultiva para saber se você irá ou não obter
            
            
              benefícios em relação às mudanças climáticas”, disse Louis
            
            
              Verchot, cientista principal do CIFOR.
            
            
              “Os biocombustíveis que resultam na conversão de ecossistemas
            
            
              naturais nunca serão eficientes em termos de emissões. Este
            
            
              estudo defende um apropriado planejamento espacial e a
            
            
              conscientização de que qualquer coisa que você faz em nome
            
            
              da atmosfera pode ter consequências inesperadas, a menos que
            
            
              você olhe para o sistema de produção como um todo.“
            
            
              Este resultado de pesquisa é parte de um estudo financiado
            
            
              pela Comissão Europeia, olhando não só para as implicações
            
            
              da bioenergia para as mudanças climáticas, mas também para
            
            
              as implicações sociais e ambientais do desenvolvimento da
            
            
              bioenergia. Cientistas e parceiros do CIFOR estão estudando
            
            
              a eficácia de políticas e regulamentos, com ênfase especial
            
            
              nas medidas que regem o acesso às terras convertidas para a
            
            
              produção de biocombustível e nos impactos negativos sobre
            
            
              as florestas naturais e as populações locais que ganham a vida
            
            
              nessas terras. O projeto tem se concentrado no Brasil, Gana,
            
            
              Indonésia, Malásia, México e Zâmbia.
            
            
              Ao longo de 2011, o projeto envolveu uma ampla gama
            
            
              de partes interessadas em um processo de divulgação e
            
            
              disseminação dos resultados da pesquisa. As descobertas sobre
            
            
              a “dívida de carbono” dos biocombustíveis chamaram atenção
            
            
              da mídia em todo o mundo. Reuniões com parlamentares
            
            
              europeus, a sociedade civil e ministérios do governo
            
            
              demonstraram o valor da pesquisa e o potencial da aplicação de
            
            
              lições políticas em países fora da zona do projeto. Em agosto,
            
            
              a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral reuniu-
            
            
              se para discutir os impactos do desenvolvimento da bioenergia
            
            
              sobre mudanças no uso da terra, nos meios de subsistência
            
            
              rural e nas economias nacionais na África Austral. Em setembro,
            
            
              os interessados do Sudeste Asiático, África Subsaariana e da
            
            
              América Latina reuniram-se para trocar suas experiências sobre
            
            
              o desenvolvimento de cultivos de biocombustíveis.
            
            
              “O desenvolvimento da bioenergia tem implicações para a
            
            
              posse da terra, a segurança alimentar, a subsistência e o meio
            
            
              ambiente”, disse Verchot. “Ao construir o nosso conhecimento
            
            
              sobre o que funciona e o que não funciona, e ao compartilhar
            
            
              esse conhecimento através de uma rede de atores, somos mais
            
            
              propensos a desenvolver políticas de bioenergia eficazes tanto
            
            
              para os países produtores como para os países consumidores.”