Page 17 - CIFOR Annual Report 2011 - Portuguese

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Foto de Fiona Paumgarten/CIFOR
Pobres rurais dependem
da floresta para obter
quase um quarto da renda
familiar
Um estudo de referência mundial conduzido
pelo CIFOR por sete anos constatou que a renda
proveniente das florestas contribui, em média, com
mais de um quinto da renda total das famílias que
vivem em ou perto de florestas – documentando
pela primeira vez nessa escala o papel fundamental
que o meio ambiente desempenha na redução da
pobreza.
O tamanho da “renda ambiental” – proveniente
de madeira, caça, plantas e outros recursos
obtidos na natureza – até agora tem sido pouco
documentada e não é óbvio para a maioria dos
formuladores de políticas. Muitas ferramentas
existentes para avaliar a pobreza e renda, como o
Levantamento do Banco Mundial para avaliação
do padrão de vida, não conseguem capturar
adequadamente a renda oriunda de recursos
naturais. O verdadeiro valor das florestas nos
meios de subsistência das populações rurais pobres
do mundo permanece invisível em grande parte.
O estudo da Rede de Pobreza e Meio Ambiente
(PEN) compreende dados coletados por
32 parceiros, a maioria deles estudantes de
doutorado que passaram um ano ou mais no
campo. Os dados foram coletados em mais de
8.000 famílias em 58 locais em 24 países.
Entre os entrevistados, a renda da floresta constitui
em media mais de um quinto do total da renda
familiar, enquanto a renda ambiental (florestal e
não florestal) alcança mais de um quarto. Esses
números do banco de dados do estudo global
foram apresentados em junho de 2011 em uma
conferência na Royal Society em Londres.
“Estudos anteriores têm enfatizado a importância
especial dos rendimentos da floresta para
as famílias mais pobres. Uma descoberta
surpreendente deste projeto é que, em geral, a
dependência da floresta definida como a parcela
da renda florestal que compõe a renda domiciliar
total, aparentemente varia pouco entre os níveis
de renda. Assim, a renda da floresta não é apenas
para os pobres, mas para todos nestes locais“,
disse Arild Angelsen, coordenador da PEN e
associado sênior do CIFOR.