© Ronald de Hommel
            
            
              Integrando o manejo
            
            
              de produtos florestais
            
            
              madeireiros e não
            
            
              madeireiros na Amazônia
            
            
              As comunidades rurais na Amazônia muitas vezes
            
            
              dependem de produtos florestais, tais como as
            
            
              valiosas castanhas do Brasil, para compor uma
            
            
              proporção significativa dos seus rendimentos.
            
            
              Infelizmente, pesadas máquinas de empresas
            
            
              madeireiras tendem a realizar a colheita de forma
            
            
              indiscriminada, deixando de diferenciar entre as
            
            
              espécies madeireiras e aquelas que proporcionam os
            
            
              meios de subsistência para a população local.
            
            
              Nos últimos anos, os cientistas do CIFOR têm
            
            
              investigado a melhor forma de integrar e equilibrar
            
            
              o manejo de produtos florestais madeireiros e
            
            
              não madeireiros. Em 2011, os pesquisadores se
            
            
              concentraram em madeira e castanha do Brasil – o
            
            
              produto florestal não madeireiro de maior valor na
            
            
              região – no Peru e na Bolívia.
            
            
              “Os dois países apresentam situações muito
            
            
              diferentes”, disse o cientista principal do CIFOR,
            
            
              Manuel Guariguata. “A boa notícia é que um sistema
            
            
              de manejo integrado beneficiará os dois países.”
            
            
              Tanto na Bolívia como no Peru, madeira e castanha
            
            
              do Brasil crescem juntos na floresta. No Peru, as
            
            
              leis florestais criaram concessões separadas para
            
            
              madeira e castanha. Como os regulamentos de
            
            
              desmatamento nas concessões de castanha do Brasil
            
            
              eram menos rigorosos do que os regulamentos nas
            
            
              concessões de madeira, os madeireiros transferiram
            
            
              suas operações para as concessões de castanhas,
            
            
              ameaçando assim os castanhais e promovendo a
            
            
              exploração não sustentável de madeira.
            
            
              Na Bolívia, as comunidades detêm amplos direitos
            
            
              sobre suas florestas e não há separação na produção
            
            
              de castanha do Brasil e de madeira. A pesquisa
            
            
              do CIFOR aumentou a conscientização sobre a
            
            
              necessidade de harmonizar as regras e regulamentos
            
            
              para integrar melhor a exploração de ambos os
            
            
              recursos, castanha do Brasil e madeira, em unidades
            
            
              de manejo florestal de pequena escala, incluindo o
            
            
              fortalecimento da participação da comunidade.
            
            
              Espera-se que a pesquisa do CIFOR leve a novas
            
            
              políticas e normas para integrar o manejo de madeira
            
            
              e castanha do Brasil, incluindo a promoção de
            
            
              métodos tais como técnicas de extração de baixo
            
            
              impacto e de silvicultura localmente desenvolvida,
            
            
              para o benefício das diferentes partes interessadas.