
Um novo ciclo de seminários organizado pelo Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), com apoio do Centro de Pesquisa Florestal Internacional e Centro Internacional de Pesquisa Agroflorestal (CIFOR-ICRAF), foi lançado em Belém, Brasil, no dia 5 de maio.
Reunindo pesquisadores do MPEG, da Universidade Federal do Pará, do CIFOR-ICRAF Brasil, jornalistas locais, lideranças indígenas e representantes do governo do Pará e da sociedade civil, o primeiro seminário ComCiência abordou três temas centrais: financiamento para mitigação e redução de impactos das mudanças climáticas; a COP30 como catalisadora de soluções climáticas na Amazônia brasileira; e justiça climática e sustentabilidade territorial.
“CIFOR-ICRAF é uma organização internacional de pesquisa que busca complementar e apoiar os esforços de longa data das instituições locais de pesquisa no avanço da ciência na Amazônia”, afirmou Alison Castilho, coordenador territorial do CIFOR-ICRAF em Belém, durante a abertura do evento.
“Por meio de parcerias com instituições-chave como o Museu Paraense Emílio Goeldi, buscamos promover o diálogo, compartilhar evidências e garantir que as comunidades locais estejam engajadas nas decisões que afetam seus territórios”, acrescentou Castilho.
Saulo Souza, coordenador do programa de pesquisa do CIFOR-ICRAF no Brasil, apresentou resultados sobre o papel das florestas e das agroflorestas na mitigação das mudanças climáticas. “Não existem soluções simples para os problemas complexos que enfrentamos”, disse Souza. “Mas, do ponto de vista econômico, evitar o desmatamento é a ação mais eficaz, com o maior potencial de mitigação.”
As lideranças indígenas Irakadju Ka’apór e Valdeci Tembé enfatizaram a importância de respeitar a autonomia dos Povos Indígenas nas iniciativas de mercado de carbono e de garantir seu direito à Consulta Livre, Prévia e Informada.
Os painelistas destacaram a complexidade social e ecológica da Amazônia, ressaltando a necessidade de uma restauração florestal integrada, que proporcione benefícios legais, culturais e de biodiversidade, além de ganhos sociais.
Fundado em 1866, o Museu Paraense Emílio Goeldi é uma das principais instituições científicas e culturais do Brasil. Realiza pesquisas interdisciplinares nas ciências naturais e sociais, contando com um campus de pesquisa, parque zoobotânico e uma estação científica na Floresta Nacional de Caxiuanã (Marajó, Pará). O museu está vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Os Diálogos ComCiência continuarão até novembro de 2025, contribuindo para os debates nacionais e regionais rumo à COP30, que será sediada em Belém.
